Memorial Serra da Mesa

O Complexo Memorial Serra da Mesa é um espaço de natureza científica e educativa. As atividades científicas serão conduzidas por centros de excelência já existentes, através de convênios ou termos de parcerias, assinados com a Prefeitura Municipal de Uruaçu,  têm a finalidade de funcionar como “alimentadoras” do complexo criado. As atividades educativas são exercidas no próprio espaço onde funciona o complexo, concretizadas através de Programas Integrados de Visitação, Programas de Extensão, Cultura, Ensino e Pesquisa. O município de Uruaçu tem parte do seu território inundado pelas águas do Lago de Serra da Mesa. Procurando beneficiar a sociedade, a intervenção do poder público faz-se necessária no sentido de procurar reverter parte dos prejuízos ambientais criando condições e infra-estruturas que proporcionem lazer e informações cientificas e culturais à população, como, dentre outros, a implantação desse grande complexo de cultura, turismo e lazer, denominado Memorial da Serra da Mesa.
 
A implantação do Memorial da Serra da Mesa abrange os seguintes benefícios sociais, econômicos, culturais e ambientais:

  • A formação escolar em seus três níveis de aprendizagem;
  • O incremento do turismo e do ecoturismo;
  • A manutenção e o desenvolvimento das tradições culturais, envolvendo todo o universo artístico-cultural dos povos do cerrado;
  • A geração de novos empregos, via operacionalização de atividades diversas, como, dentre outros, a prestação de serviços;
  • A geração de novos ofícios, como oficinas artesanais, paisagismo voltado para os parques temáticos e cerâmica, por exemplo;
  • O incentivo à pesquisa fundamental, aplicada e experimental, como o estudo do valor medicinal dos fitoterápicos;
  • O intercâmbio organizacional, científico e cultural com diversas instituições (Fundações, ONGs nacionais e internacionais, universidades, institutos de pesquisa, governos federal, estaduais e municipais, ministérios e órgãos governamentais, como o IBAMA, secretarias estaduais e municipais de meio ambiente, museus e muitas outras instituições).

A gestão administrativa do Complexo está a cargo, respectivamente, da Fundação de Desenvolvimento da Serra da Mesa, tendo como parceiros a Prefeitura Municipal de Uruaçu e o Instituto do Trópico Subúmido da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, que orienta sobre a gestão científica, técnica, artística e cultural.
 
FUNÇÕES DO COMPLEXO MEMORIAL SERRA DA MESA:

  • Ser um centro de referência nacional sobre a memória da região de abrangência do lago da Serra da Mesa.
  • Desenvolver atividades educativas através de exposições didáticas e científicas sobre a região citada, inseridas no contexto do Sistema Biogeográfico do Cerrado.
  • Desenvolver atividades científicas através de convênios e parcerias com órgãos de excelência estruturados para a pesquisa.
  • Desenvolver atividades de turismo através da elaboração de programas específicos buscando sempre a associação com órgãos públicos e privados.
  • Desenvolver atividades culturais através da promoção de eventos e da publicação de material audiovisual.

ÁREAS DE ATUAÇÃO

  • Área de Educação e Ciência. Tem por responsabilidade a organização dos espaços para exposição, elaboração dos programas de exposição e a busca de instituições para os convênios e parcerias que visem o desenvolvimento de projetos científicos, no âmbito de interesse do Memorial. É também a responsabilidade de organização de um banco de dados de caráter informativo e científico sobre a região da Serra da Mesa.
  • Área de Turismo. Elaboração dos programas de turismo, visitação e da busca de meios para sua realização.
  • Área de Folclore e Promoção de Eventos. Tem por responsabilidade a organização de um banco de dados sobre folclore regional e promoção de eventos de caráter cultural.
  • Área de Editoração.  Elaboração e execução dos programas editoriais.
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OS ESPAÇOS E OS CONTEÚDOS

O Memorial da Serra da Mesa está organizado especialmente de forma sistêmica, em que mais de um espaço pode se interagir no sentido de não só oferecer uma visão global, mas também de produzir conhecimentos, segundo uma perspectiva científica, educativa, sem jamais perder de vista o lado ético destas questões.

ESPAÇO 1 – MUSEU DO HOMEM DO CERRADO
Este espaço abriga um conjunto de exposições agrupadas por setores que conta a história evolutiva da região da Serra da Mesa inserida no contexto do Sistema Biogeográfico do Cerrado e as relações com a evolução do planeta Terra.

Setor I – O Planeta Terra
Este setor abriga exposições compostas de textos explicativos e de painéis, cujos objetivos são, principalmente, procurar despertar e motivar indagações e conhecimentos sobre a origem do universo, a posição do planeta Terra na Via Láctea, a ocupação da Terra pelo homem com vistas a se vislumbrar novos modelos de desenvolvimento.
Setor II – Os grandes ecossistemas recentes da Terra
Este setor abriga exposições compostas principalmente de painéis. Visa, sobretudo, demonstrar os diferentes ecossistemas atuais da Terra, suas complexidades, interações e posição do cerrado nesse contexto.
Setor III – O Sistema Biogeográfico do Cerrado
Este setor abriga exposições compostas de painéis e cenários com o intuito de levar o visitante a compreender a biodiversidade do cerrado.
Setor IV – História geológica e evolutiva do cerrado
Este setor abriga exposições compostas de painéis, cenários, mostruário de fósseis e rochas com vistas a demonstrar os diferentes processos geológicos e evolutivos do cerrado. As exposições são organizadas por Eras e Períodos geológicos, a partir dos mais antigos para os mais recentes.
Setor V – O Delineamento das paisagens modernas do cerrado e da região da Serra da Mesa.
Este setor abriga exposições compostas de painéis, cenários e fósseis com o objetivo de demonstrar a história do delineamento das paisagens modernas do cerrado e da região da Serra da Mesa de 18.000 anos antes do presente até o Holoceno Médio.
Setor VI- Clima.
Este setor abriga exposições compostas de painéis que tratam de temas relacionados ao clima passado (Pleistoceno Superior) e ao clima atual da região, com ênfase para o ciclo das águas, das chuvas e a intensidade e conseqüência dos impactos nos meios natural e sócio-cultural regionais decorrentes da construção do lago da Serra da Mesa.
Setor VII - Hidrografia.
Este setor abriga exposições compostas de painéis, maquetes, dioramas com o objetivo de ressaltar o ciclo hidrológico e a rede hidrográfica que alimenta o lago da Serra da Mesa.
Setor VIII - Biogeografia.
Este setor abriga exposições mostrando a evolução e o delineamento das províncias zoogeográficas e fitogeográficas do cerrado. Procura também enfatizar as relações entre fauna, flora e o meio ambiente em sua totalidade. É composto de cenários, painéis, maquetes, dioramas e aquários.
Setor IX - História da ocupação humana do cerrado e da região do lago da Serra da Mesa.
Este setor abriga exposições compostas de painéis, cenários, estantes, reconstituições de sítios arqueológicos, textos explicativos e maquetes. Elas têm por objetivo demonstrar a história da chegada do homem ao cerrado e à região do lago da Serra da Mesa, bem como mostrar todo o seu processo ocupacional, desde a pré-história até os tempos atuais.                         
Setor X- O lago da Serra da Mesa e o futuro do planeta Terra.
Este espaço é composto prioritariamente de painéis, vídeos e cenários visando demonstrar a importância, e prováveis impactos, do lago da Serra da Mesa para o equilíbrio dos diversos ecossistemas da Terra e dos aqüíferos do cerrado.
 
ESPAÇO 2 – RECONSTITUTIÇÃO DE UM ABRIGO PRÉ-HISTÓRICO
Na encosta de um imenso corte no terreno que ladeia a estrada que dá acesso ao lago será reconstruído um abrigo pré-histórico, ou seja, uma moradia do homem primitivo do cerrado, antes que ele se tornasse sedentário e agricultor e morador de aldeias, tais quais as que hoje existem. Neste abrigo serão também reproduzidas pinturas rupestres, verdadeiras obras de arte realizadas pelos primeiros artistas do cerrado, de 9.000 anos AC.
         
ESPAÇO 3 – RECONSTITUIÇÃO DE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO LÍTICO
Reconstituído em local próximo à aldeia indígena, este espaço tem por finalidade mostrar o local em que os primeiros habitantes do cerrado colhiam e trabalhavam o material (pedras, sobretudo) utilizado na fabricação de instrumentos e armas de ataque e defesa (pontas de lança, de flechas, machados, lesmas, etc). 
 
ESPAÇO 4 – RECONSTITUIÇÃO DE UM SÍTIO ARQUEOLÓGICO CERÂMICO
Este espaço visa mostrar o local de trabalho de nossos antepassados artesãos, especialistas na fabricação de utensílios (urnas, potes, gamelas, tijelas, etc feitos de material cerâmico, como a argila) utilizados no cotidiano da vida indígena. Pode-se dizer que esses sítios eram as oficinas de trabalho do homem primitivo.
 
ESPAÇO 5 – ALDEIA INDÍGENA TIMBIRA
Em tamanho natural, está reconstituída uma aldeia da Tradição Uru, ou seja, uma aldeia típica de índios que viveram na região, como os Timbira. Nesta aldeia pode-se tomar conhecimento de hábitos sociais e ritos religiosos de nossos antepassados indígenas, como, dentre outros, o cotidiano das famílias, o artesanato, o papel dos homens, das mulheres e das crianças.
 
ESPAÇO 6 – VILA CENOGRÁFICA
A vila cenográfica é uma reprodução em tamanho natural de um arraial típico dos séculos XVIII e XIX da região do cerrado, ou mais precisamente, da região do lago da Serra da Mesa. Pelo fato de o Memorial da Serra da Mesa ter um alcance mais que regional, é pensamento reproduzir em seus traços mais característicos o mais importante e o mais rico dentre os arraiais do ouro que existiram na região – o Arraial de Trayras –, que se encontra em completo abandono e em ruínas. Esta vila cenográfica não deixa de ser um monumento à nossa memória histórica, econômica, cultural e social. 
 
ESPAÇO 7 – FAZENDA TRADICIONAL
A pecuária tradicional foi a atividade que melhor caracterizou a vida economico-social não só de Goiás, mas também da região do lago da Serra da Mesa. Por esse motivo, o Memorial seria incompleto se não fosse reconstituído o espaço que melhor caracteriza a sociedade goiana até o momento: a fazenda multifuncional, com sua forma de organização social e de divisão do trabalho, em que “coronéis”, agregados e escravos dividiam, de maneira estratificada, tanto o espaço social, quanto o produtivo. Desse modo, estas fazendas, que produziam quase todo o necessário ao cotidiano das pessoas, representam uma das fases mais importantes de nossa história política e econômica, mas também marcada por uma das práticas mais desumanas que se tem notícia: a da escravidão do negro. Juntamente com os arraiais e vilas do passado, elas dominavam a paisagem característica do nosso cerrado. Mas, tudo ali era tocado a braços de escravos, que eram amontoados em senzalas como se fossem animais de carga 
 
ESPAÇO 8 – QUILOMBO
Também em tamanho natural, neste espaço está reconstruído um quilombo, local de sobrevivência e de resistência de escravos africanos que fugiam das fazendas da região. Poderemos ver aqui como os quilombolas (moradores dos quilombos) se organizavam social, econômica e militarmente para oporem resistência a toda e qualquer forma de captura por parte dos “capitães de mato”, que os perseguiam a soldo do Estado e de grandes proprietários rurais.
 
ESPAÇO 9 – CENTRO CULTURAL
Este espaço, constituído de duas salas, visa dois objetivos primordiais: em primeiro lugar, promover estudos e discussões sobre a questão ambiental e seus reflexos sobre o meio físico, social e, sobretudo, cultural. Para atingir tal objetivo, serão utilizados recursos didáticos pedagógicos clássicos, como cursos e palestras, e tecnológicos, como, dentre outros, vídeos, filmes e projeção de slides; em segundo lugar, abrigar oficinas de artesanato voltadas para a cultura local e regional, e servir de local para reciclagem de lixo e de recuperação de objetos danificados. Na sua arquitetura e construção serão utilizados materiais renováveis replantados, como o bambu e o eucalipto. 
 
ESPAÇO 10 – CONCHA ACÚSTICA
A concha acústica e seu respectivo anfiteatro à moda grega está destinado a manifestações artísticas (exibição de bandas e conjuntos musicais) e culturais (encenações teatrais, por exemplo) que geralmente todo espaço integrado, como este do Memorial, requer. O anfiteatro poderá também servir de local de reuniões e de descanso para as pessoas que visitarão o Memorial. Do ponto de vista arquitetônico, ele representa o moderno com relação aos espaços pré-históricos e históricos que compõem o conjunto do Memorial.
 
                                
OS ANEXOS
Os anexos a que se refere este capítulo dizem respeito às obras de engenharia e arquitetura que darão sustentação à funcionabilidade do Memorial da Serra da Mesa. 
 
PÓRTICO
Esta obra de bela concepção arquitetônica e de rara plasticidade artística, pois ela se constitui numa espécie de cartão de visitas do Memorial. Foi edificada à entrada do terreno, no encontro da rua Dona Generosa com a rodovia de acesso ao lago. Nela estão presentes elementos da arquitetura regional, principalmente os grandes esteios, que asseguram imponência, contraste e ao mesmo tempo harmonia ao conjunto. 
 
ADMINISTRAÇÃO
Construção funcional que abriga não apenas a administração do Memorial – diretoria e secretaria – mas também o balcão de informações, loja de conveniência e a bilheteria.
           
ÁREA DE CAMPING
Espaço de lazer é um complemento às atividades sociais e culturais proporcionadas pelo Memorial da Serra da Mesa. Por se tratar de um espaço especial, ele foi construído à parte, em terreno vizinho ao Memorial. Como todo camping, este espaço é dotado de todos os equipamentos que uma obra desta natureza requer, como: estacionamento privado, sanitários e banheiros, áreas comuns de convivência social, áreas de acampamento, etc. 
 
LANCHONETE   (Em construção) 
O Complexo possui uma lanchonete (em construção) que atende aos visitantes do Complexo. 
           
ESTACIONAMENTOS
Situados ao longo da Avenida Generosa Fernandes de Carvalho, para estacionamento de veículos e ônibus.            
 
PIER E CALÇADÃO
Espaço especial ao longo da curva de nível 460,50 metros, que delimita a cota de altitude máxima das águas do lago. Esse espaço funciona como uma espécie de alameda e de ponto de observação e de pesca esportiva por parte dos visitantes do “Memorial Serra da Mesa.”
 
CERCAS E CERCADOS
Cercas com postes de cimento de aproximadamente 1,80 m de altura com alambrado, construídos ao longo dos caminhos e trilhas que serpenteiam os espaços recriados. Uma outra cerca interna, de altura igual à que cerca todo terreno do Complexo separando a área de camping da área do Memorial propriamente dito.     
         
ILUMINAÇÃO EXTERNA E INTERNA E SINALIZAÇÃO
Um projeto de iluminação externa e interna garantem não apenas a claridade ideal para cada ambiente e cada cenário, mas também, externamente, assegura a iluminação noturna em todas as áreas do Complexo, principalmente ao longo dos caminhos e trilhas do Memorial. Cada ambiente – Vila Cenográfica, Aldeia Indígena, Quilombro, Abrigos, Murais, Museu do Homem do Cerrado, Concha Acústica, etc – será objeto de um estudo técnico e artístico de iluminação. Todos os trajetos e espaço terão sinalização permanente.
 

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